Saúde e bem estar animal

Cão-guia: olhos de quem não pode ver

Cão-guia: olhos de quem não pode ver

Última quarta-feira do mês de abril marca o Dia Interacional do Cão-Guia; saiba o que é necessário para adotar um

Para as pessoas com deficiência visual, o cão-guia é mais que um companheiro para todos os momentos, são os seus olhos. Eles são treinados para alertar os tutores sobre obstáculos e perigos que podem estar no caminho deles ao atravessar a rua, por exemplo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem mais de 6 milhões de pessoas com deficiência visual e apenas 200 cachorros aptos para essa função.

O que é preciso para adotar um cão-guia?

É possível adotar um cão de serviço para guia de cegos e pessoas com baixa visão junto a instituições confiáveis. Para isso é preciso seguir esses requisitos:

  • ser maior de 18 anos;
  • ter independência de orientação e mobilidade;
  • dispor de tempo;
  • possuir recursos financeiros para cuidar do peludinho.

É importante ressaltar que provavelmente não haverá uma resposta tão rapidamente. Isso, porque atualmente existem mais de 400 pessoas na fila de espera. Mas saiba que é possível ter um processo mais ágil, já que o “match” entre o cão e o seu tutor é muito importante para a adoção.

Cuidados

A compatibilidade é um dos aspectos mais importantes na hora de adotar um cão-guia, afinal eles serão companheiros por grande parte da vida do cachorro. Assim, antes de dizer “sim”, os profissionais da escola consideram preferências do futuro tutor, além do temperamento e das necessidades do pet.

Depois de passar por esse cuidado inicial, realmente começa o “teste de fogo”. Isso, porque tanto o cão quanto o seu tutor passam pelo período de adaptação, que costuma durar de três a seis semanas. Todo o processo é acompanhado pelos profissionais do instituto, a fim de garantir também o bem-estar do animalzinho. 

Cães-guias continuam sendo cachorros, ou seja, precisam brincar, passear e descontrair. Porém, quando é hora do serviço, eles não devem receber carinho, já que estão trabalhando e não podem se distrair. Isso quer dizer que você não pode interagir com eles quando estiverem auxiliando os seus tutores.

Raças permitidas

No mundo inteiro, há mais de 20 raças na “ativa”; as mais comuns são aquelas que possuem temperamento mais calmo e amigável, bem como tendem a seguir ordens mais facilmente:

Acesso aos ambientes

O cão-guia pode entrar em qualquer lugar, segundo a Lei nº 11.126/2005, esses animais podem frequentar todos os estabelecimentos, desde que estejam acompanhados dos seus tutores. 

Cão-guia salva deficiente visual 

Mellina Reis, de 38 anos, estava em uma estação de metro em São Paulo a caminho de uma consulta médica, num trajeto que fazia com frequência, quando abriu a porta do elevador adaptado para pessoas com deficiência e percebeu que Hillary (seu cão-guia) não se mexeu.

Mellina Reis e sua cachorra, Hillary.
Mellina Reis e sua cachorra, Hillary.

“Achei que havia pessoas lá dentro e dei o comando para ela andar novamente. Mas Hilary continuou parada. Quando pedi pela terceira vez e ela não se moveu, suspeitei que algo estivesse errado. Tateando com os pés, eu gelei quando não senti o chão.” Comentou Mellina Reis.

Hilary puxou Mellina para trás, com medo e embora a porta estivesse aberta, o elevador não estava no andar.

Mellina jamais imaginou que isso pudesse acontecer. Se ela estivesse usando a bengala, provavelmente teria caído de uma altura de 3 metros e, possivelmente, morrido. O cão-guia salvou sua vida.

Juntas elas tem um Instagram onde postam sua rotina, e viagens nacionais e internacionais.

Mellina Reis e sua cachorra, Hillary - @4pataspelomundooficial
Mellina Reis e sua cachorra, Hillary – @4pataspelomundooficial