Propriedades medicinais têm potencial para serem aplicadas no tratamento de mais de dez tipos de doenças
Um cãozinho chamado Rafiki é o principal exemplo brasileiro de tratamento bem sucedido com cannabis medicinal. Ele foi diagnosticado com uma neoplasia no fígado, estômago, mesentério e baço.
Mesmo sem regulamentação no Brasil, os princípios ativos presentes na planta – e que têm potencial terapêutico comprovado pela ciência – podem ser prescritos por médicos veterinários.
O cão Rafiki fez uma cirurgia para retirar o baço em 2019, quando tutor e veterinário optaram pelo uso da cannabis.
“Ele retirou o baço e cogitamos a possibilidade de fazer quimioterapia. Mas achamos melhor buscar um tratamento de menor impacto, pensando na qualidade de vida dele”, contou a portal UOL o agrônomo e produtor orgânico, Felipe Ferreira Staboli, 34 anos, tutor de Rafiki.
Uso amplo
Até agora, sabe-se que as principais substâncias da cannabis com propriedades medicinais são o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol) entre mais de 150 tipos de canabinoides conhecidos.
Assim como já constatado em humanos, há estudos que demonstram os benefícios do CBD em animais com mal de Alzheimer. A substância desacelera o avanço da doença e estimula a formação de novos neurônios.
Essas propriedades também ajudam os pacientes a ficarem mais calmos e sociáveis.
O CBD demonstrou ainda ser um grande aliado no controle de crescimento de tumores cancerígenos em animais, além de atuar na melhora significativa de doenças como:
- artrite reumatóide,
- hipertensão,
- aterosclerose,
- síndrome metabólica,
- lesão isquêmica,
- depressão,
- dor neuropática e
- diabetes (tipo I e II)
Cuidados
Assim como qualquer outra terapia, os canabinoides também pode apresentar efeitos colaterais se utilizados em altas doses, ou de forma inadequada.
Nesses casos, esses princípios ativos podem provocar:
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Alterações do sistema nervoso, como problemas na coordenação;
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Não pode ser administrada aos animais com alguns tipos de problemas cardíacos, nem para os que são polifarmácia, ou seja, que tomam diversos tipos de medicamento;
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Contraindicada para pacientes hipotensos;
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Recomendado que as enzimas hepáticas dos bichinhos sejam monitoradas periodicamente durante o tratamento.
Como é permitido o tratamento?
Apesar de ter a prescrição veterinária vetada por uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2019, uma espécie de brecha legal assegura automia aos profissionais para prescreverem princípios ativos da cannabis.
O estatuto dos médicos veterinários permite que eles adotem qualquer tratamento que julguem necessário. É aí que mora a brecha para que o CBD e o THC sejam prescritos.
Fonte da notícia: UOL